terça-feira, agosto 22, 2006

Resumo do Artigo sobre a Influência do Aquecimento Específico e da flexibilidade no Teste de 1RM


Influência do Aquecimento
Específico e da Flexibilidade no Teste de 1RM


Roberto Simão 1,2 , Mateus Beltrame Giacomini 1 , Thaís da Silva Dornelles 1 , Maria Gladis Franco
Marramom 1 e Luís Eduardo Viveiros 1


Resumo


O objetivo do estudo foi verificar a carga máxima no teste de uma repetição máxima (1RM) no exercício
supino horizontal (SH) utilizando diferentes tipos de aquecimento. Selecionamos 22 sujeitos divididos em dois
grupos aleatoriamente, sendo que um grupo realizou o primeiro teste com o aquecimento específico (AE), e o
outro antecedeu com o aquecimento através do método de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). O
tratamento realizado com AE possibilitou a execução de duas séries de 20 repetições, sendo dado um minuto
de intervalo antes da aplicação do teste de 1RM, com três minutos de intervalo entre as tentativas. O tratamento
realizado com o aquecimento através do método FNP, utilizou um minuto de intervalo antecedendo o teste e a
cada nova tentativa eram dados três minutos de intervalo. Concluímos que não existem diferenças estatistica-mente
significativas através do teste t-Student (p<0,05) no desempenho do teste de 1RM no exercício SH, com
os diferentes tipos de aquecimentos aplicados.


Palavras Chaves: aquecimento específico, força, flexibilidade e teste de 1RM.
ARTIGO ORIGINAL

Trabalho de Conclusão de Curso

A História do Jiu-Jitsu

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

As artes marciais, como o esporte em geral, busca a autoconfiança e a saúde física e mental do praticante, o Brazilian Jiu-Jitsu não foge a esta máxima, tornando assim o estudo fundamental neste sentido com o intuito de não se perderem as fontes primárias e as normas básicas desta doutrina que ressurgem para demonstrar que apesar da fama, o Brazilian Jiu-Jitsu não é treinado para violência, e sim como um esporte e que quando bem trabalhado pode trazer inúmeros benefícios, tanto físicos, quanto mentais.

O Brazilian Jiu-Jitsu é uma luta onde o seu praticante adquire autoconfiança, e que se este não for orientado a lidar com esta autoconfiança e conhecer a fundo a filosofia desta arte, poderá cometer desvios de conduta.

Recentemente, o Brazilian Jiu-Jitsu conseguiu espaço garantido em bancas de jornal , grandes livrarias e canais de TV por assinatura espalhados pelos quatro cantos do mundo. Porém, não só de vitórias o Brazilian Jiu-Jitsu esta servido, há muitos casos relatados nas páginas das manchetes policiais envolvendo praticantes desta arte, devido a brigas, roubos e vandalismo. Isto veio, por fim, estereotipar o Brazilian Jiu-jitsu como violento e agressivo, isto vem acontecendo dia após dia e acaba por deteriorar imagem do esporte, o que na sua grande maioria não condiz com a realidade.

A grande evidência que o Brazilian Jiu-Jitsu vem tendo nos últimos anos e a sua relação com a violência, só vem fortalecer a suspeita de que a história e os ensinamentos desta arte foram se perdendo com o passar dos anos.

A suspeita da não existência de conhecimentos organizados em uma publicação na história do Jiu-Jitsu no Brasil motivou-me a realizar este estudo histórico.


Problema

Como o Jiu-Jitsu foi introduzido e desenvolvido no Brasil?

Objetivo geral

O Objetivo deste estudo é levantar dados e fatos históricos relacionados à origem, a introdução e desenvolvimento no Brasil e até mundial desta arte milenar, a fim de possibilitar a compreensão das características atuais do esporte, através de fatos ocorridos no passado .

Objetivos específicos

O presente estudo investiga a origem do Jiu-Jitsu desde os seus primórdios e a introdução deste no Brasil, através dos objetivos específicos formulados a seguir:

Identificar a influência do budismo na origem do Jiu-jitsu;
Levantar dados históricos sobre a origem do Jiu-Jitsu no Japão e verificar como os japoneses aprimoraram a luta;
Relatar a criação do Brazilian Jiu-Jitsu esportivo;
Descrever o processo da disseminação, em âmbito mundial, do Brazilian Jiu-Jitsu no meio das artes marciais.

As questões a seguir foram formuladas com o intuito de transmitir as informações necessárias, cumprindo assim com a finalidade da pesquisa.

Questões a investigar

Como ocorreu a criação do Brazilian Jiu-Jitsu esportivo?
Quais as atuais características do Brazilian Jiu-Jitsu como esporte?

Relevância

A falta de uma literatura detalhada contendo informações organizadas cronologicamente com os principais fatos históricos desta arte milenar, é a principal justificativa desta pesquisa.

Este estudo está respaldado no fato de o Jiu-Jitsu ter sido a arte marcial que mais conquistou adeptos no mundo ultimamente, e isto ocorrendo, despertou um grande número de curiosos que vêem no Jiu-Jitsu uma grande oportunidade financeira, isto faz com que pessoas incapacitadas ministrem aulas, manchando a história desta arte milenar com fatos lamentáveis e denegrindo assim o nome do esporte.

Este levantamento histórico tem por finalidade também, disponibilizar aos profissionais interessados um veículo de informação e estudo, específico sobre a trajetória do Jiu-Jitsu.

















CAPÍTULO II

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A relação entre o Budismo e o surgimento do Jiu-jitsu

A origem do Jiu-Jitsu se perde na noite dos tempos, acredita-se que no primeiro ataque ou defesa de um ser humano estaria caracterizada a luta em si. Evidentemente o instinto de ataque e defesa está latente no homem desde o inicio da humanidade. A coordenação desta agressividade, sua estilização e o respeito às leis da natureza, resultam na criação das artes marciais que são uma ciência e estudo fundamentado na eficiência destes.dentre as artes marciais, o Jiu-Jitsu é uma das mais sutis, considerando que nesta, o estudo da anatomia humana e seus pontos frágeis, o uso de alavancas, o princípio da física e flexibilidade harmonizadas com a mente, resultam numa das mais requintadas artes.

O conhecimento das origens do budismo torna-se necessário, para que se possa compreender a criação da forma de luta que, séculos mais tarde, foi chamada pelos japoneses de “Arte suave”, ou seja, técnica de defesa pessoal que, com o mínimo de esforço, sem necessidade do uso da força bruta, permite ao mais fraco defender-se e derrotar um adversário fisicamente mais forte.

De acordo com pesquisas realizadas em diversos sites obteve-se a informação de que, há cerca de 2500 anos passados, nascia ao norte da índia (algumas milhas acima de Benares), o príncipe Sidd Naitha Gautema, membro da tribo Sakya, que usava o dialeto Pali ou Sânscrito. Homem culto e dotado de grande inteligência,que mais tarde lançaria para o mundo as bases da religião que traria o seu nome e que logo se desenvolveu por toda a Índia.

Uma das principais preocupações de Buda (o iluminado), foi dotar seus seguidores de grande cultura e conhecimentos gerais para melhor propagarem a sua fé.
Dentre seus seguidores estão os verdadeiros criadores da luta , são estes os monges de longínquos mosteiros, obrigados a percorrerem longas caminhadas pelo interior da Índia tendo que se defender contra assaltos de bandidos que infestavam a região, sentiram então a necessidade de criar uma forma de defesa que lhes permitiria sucesso nas peregrinações sem o uso de armas ,o que ia contra a moral de sua religião. Assim, nasceu o Jiu-Jitsu, com o espírito de defesa que é a sua essência. A aplicação de leis físicas, movimentos de forças em equilíbrio, centro de gravidade e estudos minucioso dos centros vitais do corpo humano, propiciaram aos seus criadores fazerem do Jiu-Jitsu uma arte científica de luta.

Segundo informações coletadas de diversos sites da Internet(2005), a disseminação do Jiu-Jitsu pela Ásia aconteceu séculos depois, quando cerca de 250AC, 02 séculos após Buda, reinou na Índia Deva Nampiya Priyadisim, conhecido como rei Asoka.

Abraçando o Budismo, Asoka desenvolveu-o, criando milhares de mosteiros dentro e fora da Índia. Desta maneira o Budismo, e com ele o Jiu-Jitsu, atingiram o Ceilão, Birmânia e o Tibet, depois toda a China, chegando finalmente ao Japão, onde cresceu e tomou grande impulso, emigrando em seguida para o ocidente. A entrada do Jiu-Jitsu no Japão, onde na época era chamado de Ju-Jitsu (Ju = suavidade e Jitsu = arte ou prática), é anterior ao nascimento de Cristo.

A morte do Rei Asoka trouxe várias conseqüências para o Budismo e, assim sendo, para o Jiu-Jitsu. Seguidores de outras religiões, sentindo-se prejudicados pelo espírito da religião budista, promoveram uma insistente perseguição até conseguir expulsar os monges budistas do solo indiano, junto com eles iriam todas as técnicas e toda a filosofia sobre aquele que viria a se tornar o “pai de todas as lutas orientais”, razão esta para a pouca influência do Jiu-Jitsu na Índia.

2.1.1. O aparecimento da “arte suave”

Segundo textos históricos que constam em diversos sites na Internet, entre os séculos XII e XV, houve uma época de banditismo no Japão, devido às disputas entre diversos clãs feudais, essas disputas geravam combates que assolavam o país de norte a sul, nesta época não havia armas de fogo, então a única forma de defesa eram as artes marciais, com isso mais de 100 (cem) estilos foram criados, sob a forma de verdadeiras seitas de luta, a serviço dos diversos senhores feudais. Após este período de turbulência o Jiu-Jitsu, tornou-se a maior arte marcial japonesa. Os japoneses acreditavam que esta arte marcial era a sua maior riqueza, pois ela se baseia nos fundamentos de flexibilidade, segundo os quais os fracos e pequenos poderiam derrotar os grandes e fortes, a “arte suave”, ou seja, a técnica de defesa pessoal que, com um mínimo de esforço, permite ao mais fraco defender-se e derrotar o adversário mais forte. Sendo os japoneses homens de pequena estatura, o Jiu-Jitsu acabou por transformá-los em poderosos guerreiros, e sua fama espalhou-se pelos quatro cantos do mundo.

2.1.2. O desenvolvimento do Jiu-Jitsu no Japão

Segundo relatos do professor Luiz Carlos “Manimal” - faixa preta da Academia Carlson Gracie, Copacabana- RJ (2005) o desenvolvimento do Jiu-Jitsu ocorreu nos séculos XVII e XVIII, época em que houve um isolamento do Japão do restante do mundo, isolamento este que durou em média 250 anos.

Com o número de praticantes ainda reduzidos os segredos do Jiu-Jitsu eram zelosamente guardados por uma elite. Comenta-se ainda que com tal ciência um único samurai enfrentou e derrotou 10(dez) homens.

Segundo levantamento em livros que relatam a história da economia mundial, observou-se que em meados do século passado, o Japão recebe a visita de uma esquadra norte-americana comandada pelo comodoro Perry, que entregou uma carta intimando a abertura dos portos, o que veio a ocorrer em 1854, com o retorno da nova esquadra sob o comando ainda de Perry (FERREIRA, 1990). Isto representou uma grave ameaça aos lendários guerreiros japoneses e ao maior e mais importante de seus segredos: o Jiu-Jitsu.

Após a abertura dos portos iniciou-se a fase Meiji, onde o imperador conseguiu uma vitória sobre o shogun, abolindo-se assim o feudalismo . O imperador Meiji inicia grandes modificações sociais em 1871, proporcionando aos ocidentais a penetração em seu país. A penetração estrangeira iniciada nesta época, onde até então o Japão era um país fechado à cobiça de outros povos, trouxe sérios e graves problemas como a rejeição da cultura e das instituições antiquadas, introduzindo-se os conhecimentos dos países ocidentais. Entre estes problemas, estava o risco de acabar com a supremacia em combates corpo a corpo, onde os japoneses de pequena estatura com conhecimentos de Jiu-Jitsu, tinham condições de derrotar, em situações reais de combate, aos grandes e fortes ocidentais. Porém a partir do momento em que estes aprendessem as técnicas do Jiu-Jitsu, a supremacia dos japoneses desapareceria.

A curiosidade dos ocidentais, em aprender a famosa seita de luta (o Jiu-Jitsu) passou a ser um problema de grande importância na época.

2.1.3. O surgimento do Judô

Com a necessidade de manter a sua supremacia nos combates corpo a corpo, restou ao governo japonês colocar em prática a única providência cabível no momento, criar um falso estilo de Jiu-jitsu para uso externo, sem eficiência como combate real.

Assim sendo, por volta de 1880, um funcionário do Ministério da Cultura Japonesa, professor de Jiu-Jitsu, é escolhido para criar o Jiu-Jitsu para estrangeiros. Nasceu então o sistema Kano de Jiu-Jitsu , que mais tarde foi rebatizado com o nome de Judô, criado pelo funcionário do governo Jigoro Kano que, em 1882, fundou a escola Kodokan.

Foram assim fechados aos olhos ocidentais os segredos da arte milenar japonesa. Os estilos foram recolhidos junto com todos os registros literários sobre esta arte. Os 113 estilos de Jiu-Jitsu e milhares de escolas tiveram seu nome mudado para Judô. Os ensinamentos de Jiu-Jitsu passaram a ser considerados crimes de lesa-pátria.

O Judô esportivo, que nada mais é do que um esporte das quedas do Jiu-Jitsu, foi exportado para o ocidente acompanhado de grande propaganda. Os japoneses passaram então a treinar o Jiu-Jitsu entre si , às escondidas.

Após o falecimento de Kano, os próprios japoneses sentiram que o judô estava lhes prejudicando em relação aos estudos do Jiu-Jitsu e sem a presença de Kano, trataram de introduzir secretamente no Judô, um estilo de Jiu-Jitsu que servisse de defesa pessoal para os judocas. Assim, foi ocultamente introduzido no Judô o Goshin-Jitsu. Dentro da mesma linha de raciocínio, o professor Funakoshi transformou o Karatê-Jitsu (um estilo de Jiu-Jitsu traumático), num esporte ineficiente como combate real, surgia então o Karatê-Do que, como o Judô, ganhou rapidamente o mundo ocidental com larga propaganda.

Não satisfeitos em desmembrarem o Jiu-Jitsu (em um esporte de quedas e outro de traumatismos) os japoneses criaram um esporte de torções de Jiu-Jitsu, o Ai-Ki-Do esportivo que e oriundo do Ai-Ki-Jitsu (arte de executar torções de Jiu-Jitsu).

O Judô e o Karatê-do acabaram se tornando uma febre no próprio Japão, quase extinguindo o jiu-Jitsu.

2.2. A chegada do Jiu-Jitsu no Brasil

Segundo relatos do mestre Carlson Gracie (2005) um japonês chamado Conde Koma (após pesquisas em sites encontrou-se uma relação entre o Conde Koma e o nome Mitsuyo Maeda), foi enviado ao Brasil em 1917, para uma missão diplomática, este ficou sediado em Belém do Pará, na época porto mais próximo através do pacífico.

Em contra partida a família Gracie chegou a Belém por intermédio de Gastão Gracie, filho de James Gracie, escocês que chegou ao Brasil em 1870, estabelecendo-se como banqueiro no Rio de Janeiro.

Gastão pertencia ao corpo diplomático brasileiro e escolhido para uma missão em um consulado na América Central , partiu de navio rumo ao seu objetivo. Durante a viagem, o navio de Gastão faz uma escala em Belém, onde este resolve conhecer a cidade e acabou conhecendo a sua futura esposa, Cislane Pessoa. Após isso, Gastão se estabeleceu em Belém como importador de minério. Ele teve cinco filhos, Carlos, Oswaldo, Gastão Filho, George e Hélio. Por vias do destino Conde Koma conhece Gastão e eles tornam-se amigos e confidentes e em uma destas confidências Gastão demonstra ao amigo a sua preocupação com seu filho Carlos, sempre metido em confusões e em brigas na rua.

Ainda segundo relatos do mestre Carlson Gracie, filho de Carlos, nesta época o conde Koma iniciou os treinamentos de Jiu-jitsu com o jovem Carlos Gracie, visando o desenvolvimento deste como pessoa. Conde Koma ensinou tudo dando ênfase ao seu pai e somente a ele, pois este era muito agressivo, inclusive chega a relatar que seu pai era sempre alertado para que nunca ensinasse a técnica para ninguém, dizendo que se a ensinasse estaria perdido.

Hélio Gracie adolescente e com problemas de saúde foi proibido por médicos de praticar qualquer tipo de atividade física , inclusive o Jiu-Jitsu, então ficava dias inteiros a apreciar o treinamento do irmão, aprendeu olhando e simulando sozinho os movimentos de combate. Por volta de 1928, após o falecimento de Conde Koma, Carlos Gracie passou a ensinar para os outros irmãos, nascia então o Brazilian Jiu-Jitsu ou Gracie Jiu-Jitsu como era chamado na época.


2.3. O Brazilian Jiu-Jitsu

Conde Koma ensinou a Carlos e, segundo Carlson Gracie, seu pai desenvolveu técnicas novas sem fugir dos fundamentos da arte, transformando esta em uma espécie de xadrez humano. Carlos teria ensinado a Hélio toda a sua técnica.

Em 1930, já no Rio de Janeiro, Carlos Gracie , nesta época com 28 anos, abriu a primeira academia de Jiu-Jitsu no Brasil, no bairro do Flamengo. Certo dia Carlos se atrasou para ministrar o seu treino diário e Hélio acabou dando aula em seu lugar. Surgia ai um mito e talvez o maior de todos os expoentes do Brazilian Jiu-Jitsu.

Hélio Gracie, de físico franzino, derrotava os adversários com sua técnica. Segundo o próprio mestre Hélio Gracie, Carlos foi o criador e maior difusor do Gracie Jiu-Jitsu, porém ele era o melhor lutador entre todos, isto devido a sua dedicação. Hélio acabou por se tornar herói nacional, por diversas lutas realizadas em estádios e praças públicas. Carlos então passou a ser seu “manager” , escolhia adversários e treinava Hélio para os combates.

Entre as décadas de 30 e 50, Hélio Gracie derrotou todos os seus adversários, dentre eles mestres de outras lutas, curiosos, campeões de levantamento de peso e até queda de braço. Veio então o reconhecimento da eficiência do Gracie Jiu-Jitsu e junto com ele um prejuízo social dentro do meio das artes marciais, pois Hélio afirmava que somente o Jiu-Jitsu demonstrava resultados reais e desfazia-se das outras artes e ainda, aceitava desafios caso alguém tivesse dúvida de qual seria a mais eficiente.

Segundo o mestre Hélio Gracie, em 1930, com apenas 17 anos, lutou contra Fred Albert vice-campeão mundial de Luta Livre e que tinha empatado com Jimmy London, um dos mais famosos lutadores dos USA em lutas sem regras (Vale-tudo). A luta foi no estádio do São Cristóvão e sem regras, sendo interrompida pela polícia, porém Hélio venceu, embora o oponente não tivesse desistido. Esta luta intitulou Hélio como “brigador”. A esta altura a mídia dava cobertura à maioria dos eventos, alguns jornais da época, dentre eles O Globo, chegaram a dar a primeira página a Hélio.

Hélio Gracie já era o maior mestre do Jiu-Jitsu, mas apesar de tudo, havia ainda quem duvidasse da eficiência desta arte milenar, acusando Hélio de farsante em público, alegando que suas lutas eram armadas. Segundo o mestre Hélio Gracie , ele mesmo foi obrigado “a dar algumas lições em certos indivíduos”, chegando até a ser preso em uma ocasião, sendo solto logo depois, por indulto do então presidente Getúlio Vargas.

De acordo com o mestre Hélio Gracie, nesta época já ministravam aulas os seguintes instrutores treinados por ele: Carlson Gracie, João Alberto Barreto, Robson Gracie, Armando Vriedt e Hélio Vígio. A popularidade do Gracie Jiu-Jitsu atraiu várias personalidades para a academia, que era coordenada por Carlos Gracie, dentre elas o futuro governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda e o Futuro presidente João Figueiredo. Nesta época também existia no subúrbio do Rio de Janeiro a academia do mestre Fada que foi aluno de George Gracie, sendo a pioneira na divulgação do esporte no subúrbio do Rio de Janeiro.

2.4. A difusão do Gracie Jiu-Jitsu pelo Brasil

Carlos Gracie passou por diversos estados junto com seus irmãos Hélio e Gastão ministrando cursos sobre a luta. Em 1941 estavam eles no Ceará ministrando mais um curso, e deste surgiram grandes nomes do Jiu-Jitsu, são eles: Rubens Benevides, Luciano Bizeril, Ernesto Ramos Medeiros, Pedro Hemérito Araújo Castro (mais tarde viria a se tornar o primeiro aluno de Hélio a abrir uma academia própria fora do Rio de Janeiro, localizada no Ceará), Antonio Osaías de Araújo e Germano Fabias Riquet.

O aluno de maior destaque foi Pedro Hemérito, que chegou a ser convidado por Carlos, para ser seu auxiliar e dar demonstrações junto com ele. Como seu auxiliar Pedro Hemérito chegou a morar com os Gracie no Rio de Janeiro.

Aos poucos o Jiu-Jitsu se espalhava pelo Brasil e se elevava cada vez mais na mídia, com isso, surgiam mais desafiantes de diversas modalidades de lutas, apareceram até japoneses querendo vencer o Gracie Jiu-Jitsu, mas todos fracassaram, então as colônias japonesas espalhadas pelo Brasil começaram a exigir que o Japão mandasse o melhor, para acabar com o reinado de Hélio e do Gracie Jiu-Jitsu, nos combates sem regras (vale tudo).



2.4.1. Hélio X Kimura

Segundo entrevista do mestre Hélio Gracie a revista Tatame (julho 2001), em 1951 surgiu o mestre Matsuito Kimura, colecionando diversos títulos de judô no Japão e no mundo, e junto com ele veio o seu discípulo Kato. Kimura então procurou Hélio e ao vê-lo disse que não lutaria com ele por se achar muito superior e também por achá-lo muito fraco. Então Kato e Hélio se enfrentaram duas vezes a primeira foi em setembro do mesmo ano no maracanã com a luta sendo interrompida, pois Hélio estava com uma costela quebrada devido a um acidente de treino. A segunda foi no final do mesmo mês, desta vez no Pacaembu (São Paulo), Hélio venceu seu adversário com um estrangulamento, que ocasionou o lamentável desmaio de Kato.

Kimura se viu na obrigação de desafiar Hélio, após assistir a vergonhosa derrota de seu pupilo. Kimura então, com trinta quilos a mais e nove anos mais novo, havia dito que Hélio não resistiria três minutos e que se isto ocorresse ele poderia considerar-se o vencedor. Kimura estava errado, a luta durou treze longos minutos, sendo interrompida por Carlos jogando a toalha enquanto Kimura aplicava uma chave de braço (esta que após o combate seria batizada, gentilmente, com o seu nome pelo próprio Hélio), Kimura após perceber a toalha, soltou o golpe e Hélio ainda buscava luta quando o juiz mandou ambos ficarem de pé, pois Hélio não havia percebido o ato de Carlos. Após o mau entendido Hélio foi ao juiz e disse acatar a decisão do seu manager, Kimura foi declarado o vencedor do combate.

De acordo com o depoimento de Rorion Gracie, diante das imagens da luta em um documentário sobre o gracie jiu-Jitsu, “Hélio nunca esperava derrotar Kimura. A razão para esta luta, era ver como Kimura poderia superá-lo tecnicamente. Constatou-se que se ambos fossem da mesma categoria de peso, Hélio teria vencido a luta”.

Kimura ficou impressionado com a técnica de Hélio e isso lhe rendeu um convite para demonstrar a sua arte na Academia Imperial do Japão. Hélio Gracie recusou o convite, pois não quis abandonar a família. Esta derrota não abalou a popularidade de Hélio nem do Gracie Jiu-Jitsu, pelo contrário, veio por intitulá-lo como herói, devido a sua coragem e valentia.

Nesta época o Jiu-Jitsu já começava a destacar lutadores de ponta da segunda geração da família Gracie (Carlson e Robson, filhos de Carlos), que treinavam com Hélio. Alguns atletas que não carregavam o sobrenome Gracie também se destacavam como João Alberto Barreto, Hélio Vigio, além do próprio Pedro Hemérito.

2.4.2. Hélio Gracie X Waldemar Santana

Segundo relato do mestre Carlson Gracie (2005), no ano de 1955, Carlos Renato, um jornalista local que trabalhava no Jornal Ultima hora, enxergava em Waldemar Santana, então roupeiro e sparing da academia Gracie no Rio de Janeiro, o único capaz de derrotar Hélio Gracie e abalar o seu prestígio no meio das artes marciais.

Waldemar, um jovem muito talentoso e com uma grande vontade de demonstrar as suas habilidades técnicas, aceitou uma luta com um lutador chamado Biriba, lutador este que era conhecido por aceitar dinheiro dos organizadores dos eventos para favorecer resultados, isto provocou grande polemica na época, levantando suspeitas e comprometendo o nome da família Gracie, isto acabou por acarretar a sua expulsão da academia Gracie. Waldemar passou então a treinar com Haroldo Brito em uma academia em Ipanema (RJ), na qual o mestre Carlson Gracie não se recorda nome.

Carlos Renato sabia que este era o momento exato de promover a luta histórica que viria a marcar a história do Jiu-Jitsu, consciente disso, passou a alimentar a rivalidade entre Waldemar e Hélio, tornando assim o combate inevitável. O desafio foi realizado na ACM, Lapa (RJ) em 1955, com os dois lutadores subindo ao ringue de quimono (como era de costume dos alunos e membros da família Gracie), após três horas e quarenta e cinco minutos foi encerrada a luta com Waldemar arremessando Hélio Gracie ao solo e dando um chute no rosto. A luta terminou com a vitória de Waldemar e com um recorde mundial de a luta mais longa da história do Vale tudo.

Com a amarga derrota, a família Gracie se viu em uma posição onde deveriam prepara um lutador para uma revanche, foi escolhido então o Jovem Carlson Gracie, que foi treinado e preparado para restabelecer o prestígio da família. A primeira luta entre Waldemar e Carlson aconteceu ainda em 1955 e foi um combate de Jiu-Jitsu, terminando este empatado. Em 1956, aconteceu então a tão esperada revanche em um combate de Vale Tudo, onde Carlson saiu vitorioso e começou a construir ali o nome que viria a ser o maior expoente e treinador de Jiu-Jitsu depois de Hélio Gracie.

2.5. Federação de Jiu-Jitsu do Brasil

A predominância do Vale tudo era devido ao fato de não existir uma federação para reger o Jiu-Jitsu (este era federado a federação de pugilismo), então os campeonatos não existiam, só os torneios entre academias.

No dia 25 de abril de 1967, foi fundada no Rio de Janeiro a Federação de Jiu-Jitsu do Brasil. Esta foi fundada e articulada por Hélio gracie, Álvaro Barreto, João Alberto Barreto e Hélcio Leal Binda. Juntamente foi fundada a federação da Guanabara que era presidida por Hélio Gracie e como a federação de Jiu-Jitsu do Brasil, tinha bases esportivas, regulamentos etc.

Foram regulamentadas as ordens das faixas de graduação: Branca, azul, roxa, marrom e preta. As faixas amarela, laranja e verde, só eram concedidas para crianças. Se o praticante fosse maior de 16 anos, passaria direto da branca para a azul. Além disso foram regulamentadas as regras para eventuais campeonatos que fossem realizados por esta. Com isto o esporte passou a ser mais organizado.

2.6. O primeiro campeonato federado

Em 1968, a federação passou a organizar o campeonato estadual. Nesta época a academia Gracie, da Rio Branco (RJ), acabou fechando pela saída dos seus principais instrutores e Hélio Gracie passou a dar aulas na escola padre Antonio Vieira, no Humaitá (RJ). As principais academias do fim da década de 60 e início dos anos 70 eram: Academia Gracie (Hélio Gracie), academia Fada (mestre Fada falecido com 84 anos, no dia 02 de abril de 2005, após longo período internado no hospital Carlos Chagas – Subúrbio do RJ), Academia João Alberto, Academia Hélio Vigio, Academia Álvaro Barreto (Copacabana), Academia Carlson Gracie (Copacabana) e academia Almir Ribeiro.

2.7. Década de 70

Segundo relatos do próprio, por volta de 1971 o mestre Carlson Gracie se via como técnico e com a missão de formar campeões. Nesta época apareceram grandes nomes como Fernando Pinduka, Carley Gracie e Rolls Gracie, que era considerado um dos maiores lutadores de todos os tempos chegando até a ser comparado a Hélio Gracie. Rolls foi o primeiro lutador a se preocupar com a preparação física associada ao Jiu-Jitsu, além de ser o primeiro faixa preta que buscava o combate em pé , treinando paralelamente técnicas de Judô, o que nesta época era considerado uma afronta, já que não era permitido que alunos de Jiu-Jitsu praticassem Judô ou qualquer outra luta. Rolls então quebrou este preconceito, levando seus alunos para treinos de Judô. Rolls ministrava aulas na Academia Carlson Gracie em Copacabana (RJ).

Em 1977, Reyson Gracie, irmão de Carlson, viaja para Manaus com o intuito de viver do Jiu-Jitsu, dando base assim para a difusão do esporte na Amazônia, logo depois foi criada uma federação local, sendo assim a segunda do Brasil.

No mesmo ano de 1977, a Federação da Guanabara (RJ), trocou seu nome para Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Rio de Janeiro.

2.8. Década de 80

Esta década foi marcada pela estréia de Rickson Gracie no vale tudo, estréia esta que aconteceu em Brasília contra o Rei Zulu, onde Rickson derrotou o seu adversário com um estrangulamento típico do Jiu-Jitsu chamado de mata leão. Nesta época rickson já era o melhor do jiu-Jitsu desportivo e começava a aparecer para o vale tudo.

A família Gracie, muito numerosa, começava a se dividir. Cada um seguiu o seu destino e cada qual com a sua academia. Hélio Gracie e seus filhos, continuaram com a academia Gracie no Humaitá, Carlson Gracie e Rolls Gracie, em Copacabana e Carlos Gracie Junior com a Gracie Barra, na Barra da Tijuca.

A divisão da família em várias academias acabou por incentivar uma rivalidade que a cada dia ficava mais longe de ser saudável. Esta rivalidade entre irmãos e primos se dava à ânsia de vencer a qualquer custo e começava então a abalar a relação e os pilares da família Gracie.

Em 1982, após um acidente de asa delta, que resultou no falecimento de Rolls Gracie, Carlson começou a ministrar aulas sozinho.

Em 1984, segundo a revista tatame (março de 1996), em uma matéria sobre combates históricos do Vale tudo, aconteceu um confronto de vale tudo organizado pela Revista Manchete. Neste evento, estavam programadas cinco lutas, com três rounds de cinco minutos cada, das quais quatro delas tinham representantes do Jiu-Jitsu. Os primeiro combate foi entre Renan Pitanguy (faixa preta da academia Carlson gracie) X Eugênio Tadeu (Kickboxe e Luta livre), com a exigência do mestre Hélio de que todos os representantes do Jiu-Jitsu subissem no ringue de quimono. Renan foi surpreendido por Eugênio, já que este segurava seu quimono com uma das mãos e com a outra o castigava com duros socos no rosto, a luta foi interrompida com seu técnico arremessando a toalha e consagrando assim Eugênio Tadeu o campeão do combate.

Após a derrota do Jiu-jitsu na primeira luta, fez que a estratégia de subir de quimono no ringue fosse mudada, ficou decidido então que os próximos lutadores não lutariam de quimono.

Na segunda luta Inácio Aragão (faixa marrom da academia Carlson Gracie) finalizou facilmente Bruce Lúcio (Kung-Fu) com um estrangulamento.
A terceira luta foi entre Fernando Guimarães Pinduka (faixa preta da academia Carlson Gracie) e Marcos Ruas (kickboxe), com o combate terminando empatado.

O quarto combate era o mais esperado do evento pois envolvia Flávio Molina, um dos pioneiros do boxe tailandês no Brasil, fundador da academia Naja, no largo do Machado (RJ) e faixa preta terceiro Dan de Tae-kwon-do. Flávio dias antes da luta disse aos jornais que estava pronto para acabar com o reinado dos gracie e do Jiu-Jitsu. Seu adversário era Marcelo Behring (faixa preta de Rickson Gracie) que promoveu talvez os dois minutos mais longos da vida de Flávio, colocando-o para baixo, maltratando com uma dura seqüência de socos antes de finalizá-lo.

2.9. Jiu-Jitsu X Luta Livre

De acordo com a entrevista do Gerente comercial Luiz Prado Junior, 41 anos, à revista Tatame (março de 2005), a fama de Rickson Gracie começava a incomodar e às vezes acabava em brigas de rua. O principal personagem de duas famosas brigas de Rickson foi Hugo Duarte, lutador de Luta livre. Após boatos de que representantes da Luta livre estavam querendo desafiar Rickson, o melhor do jiu-Jitsu de todos os tempos foi até o clube Boqueirão (RJ) para aceitar o desafio. Rickson acompanhado de alguns alunos e de seu pai hélio Gracie, chegou no meio de um treino e desafiou Hugo Duarte, Marcos Ruas e Denílson Maia para um teste ali na hora e ainda disse que estava disposto a provar que era o número 1. Ninguém aceitou sob a desculpa de que precisavam de tempo para treinar.

Passados três meses do ocorrido, em outubro de 1988, Rickson já com viagem marcada para os EUA, onde iria morar tratou de resolver s suas pendências com a Luta Livre. O pessoal da Luta Livre se reunia na praia do Pepê na Barra da Tijuca, então Rickson Gracie foi até lá, com um grupo de alunos. Ao ver Hugo Duarte, partiu em sua direção dizendo: “O tempo que você pediu acabou. Está Pronto?”, dando então um tapa no rosto de Hugo. Os dois brigaram ali e Rickson acabou montado, golpeando Hugo no rosto até que a polícia interrompesse a luta. Revoltado com a situação surpresa provocada por Rickson , Hugo prometeu a volta e, cinco dias depois, promoveu uma invasão na academia Gracie no Humaitá.

No dia da invasão Hugo Duarte buscou reunir o maior numero de praticantes de luta Livre com o intuito de assustar os membros da família Gracie. Então uma multidão se reuniu no clube Boqueirão(RJ), no fim da tarde e de lá foram todos para o estacionamento da Cobal, localizado em frente à Escola Pública Padre Antônio Vieira, onde fica a Gracie Humaitá (antiga academia Gracie). Denílson Maia e Hugo Duarte comandavam o exército da Luta Livre e pediram para que ninguém entrasse na escola. Somente os dois entraram e o combinado era que esperassem o sinal para invadir. Rickson Gracie não estava na academia, então Hugo e Denílson falaram com Hélio Gracie, que ligou para Rickson e o chamou. Após quinze minutos chegava ao local Rickson Gracie na garupa de uma moto vermelha, ele estava de sunga branca e quando viu a multidão entrou correndo na escola, atrás dele veio o exército da luta livre que a esta altura já haviam esquecido de aguardar o sinal , pois ninguém queria perder aquele que prometia ser a volta por cima da Luta Livre sobre o Jiu-Jitsu.

Quando a multidão invadiu a escola entrou em cena Hélio Gracie e pediu calma, garantindo que o combate viria a acontecer. “Calma gente, vamos abrir a roda e organizar essa bagunça”, dizia Hélio. Neste momento, o pessoal da Luta Livre e do Jiu-Jitsu deu as mãos e fez uma grande roda aonde viria a ocorrer o combate. Então os dois entraram na roda e se encararam, logo depois rickson tomou a iniciativa do combate , partindo para cima de Hugo tentando colocá-lo para baixo com um golpe chamado no Jiu-Jitsu de baiana, ali Hugo recuou e acertou alguns socos no rosto de Rickson, este sem parar conseguiu uma posição de luta chamada cinturada, nesta época Rickson tinha cabelo grande e na hora do combate estava de cabelo solto, Hugo se aproveitou disso e segurou o cabelo de Rickson para tentar evitar ser derrubado, mais não adiantou, Rickson colocou Hugo para baixo e montou, como ocorrido no combate anterior. Depois disso, Rickson soltou vários socos no rosto de seu oponente até que a luta fosse interrompida já que Hugo não esboçava mais reação. Após o término do combate chegou à polícia e então todos fugiram, surgia ai a rivalidade entre o Jiu-Jitsu e a Luta Livre.

Na época da luta, Luiz Carlos Prado Junior tinha 24 anos, era aluno de Hugo Duarte e quando soube da invasão percebeu logo que aquilo ficaria para a história. Até hoje este fato só pôde ser revivido por meio da narração de quem esteve lá.

2.9.1. O auge da rivalidade

Em 1991, devido a grande rivalidade entre os praticantes das duas modalidades, foi marcado um evento de vale tudo para tirar as diferenças e ver realmente qual delas seria a mais eficiente em uma situação real de luta. Em outubro de 1991 no ginásio do Grajaú Country Clube (RJ) , com transmissão ao vivo da Rede Globo de televisão, aconteceria o vale tudo dos vale tudos, com quatro lutadores de cada modalidade em lutas de dois assaltos de quinze minutos cada.

A primeira luta foi entre Wallid Ismail (faixa marrom da academia Carlson Gracie), contra Eugênio Tadeu (tinha derrotado Renan Pitanguy em 1984). Eugênio foi derrotado no segundo assalto após uma dura série de cabeçadas aplicada por Wallid.

No segundo, combate Murilo Bustamante (faixa preta da academia Carlson Gracie) derrotou facilmente Marcelo Mendes, pois este fugia o tempo todo do combate chegando a se jogar duas vezes para fora do ringue, acabou sendo desclassificado.

A terceira luta seria entre Hugo Duarte e Marcelo Behring (faixa preta da academia Gracie Humaitá), porém, Marcelo se lesionou nos treinamentos e o combate não pode ser realizado.

A luta final foi entre Fábio Gurgel (faixa preta da academia Master) e Denílson Maia. Para quem observava os lutadores em cima do ringue antes do combate, acreditava que seria um massacre pois Denílson era muito maior do que Fábio, mas quem apostou nisso se enganou, Fábio com uma técnica apurada, acabou vencendo o combate por desistência do adversário.
O resultado deste vale tudo proporcionou um grande crescimento ao Jiu-Jitsu. Várias academias foram abertas nesta época e vários professores viram seu movimento de alunos triplicar, após essa importante vitória do Jiu-Jitsu.

2.10. A Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ)

A confederação Brasileira de Jiu-Jitsu foi fundada em 1993 e desde então está sediada no Rio de Janeiro, é presidida por Carlos Gracie Junior. Esta entidade foi criada com o intuito de padronizar as regras do Jiu-Jitsu desportivo (já que as regras e pontuações variavam entre as diversas federações regionais) e reger as federações estaduais espalhadas pelo país. Também neste ano, ocorreu o primeiro campeonato brasileiro de Jiu-Jitsu. Outros fatos que marcaram a década de 90 foram o início do campeonato pan-americano de Jiu-Jitsu realizado em Los Angeles – Califórnia – EUA no ano de 1995 e o início do campeonato mundial de Jiu-Jitsu realizado no ginásio do Tijuca Tênis Clube no Rio de Janeiro – Brasil no ano de 1996.

2.10.1. Pontuação determinada pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ)

Montada (04 pontos): É quando o atleta está sentado no abdômen do adversário, com os joelhos encostados no solo, quando este estiver com as costas no chão, esta posição é a mais clássica do Jiu-Jitsu e que representa uma vantagem nítida.
Pegada pelas costas (04 pontos): É quando atleta consegue se posicionar por trás do adversário, colocando os ganchos com os dois pés nas pernas do adversário (parecido com uma montada por trás).

Passagem de guarda (03 pontos): Guarda é a posição onde um atleta está ajoelhado e o outro o prende entre as pernas. Passar a guarda é quando um atleta sai da guarda do adversário e consegue se desvencilhar das pernas deste e parte para uma imobilização.
Queda (02 pontos): Quando em posição inicial ou durante a luta e os dois atletas estão de pé, um consegue projetar o outro ao solo.


Joelho na barriga (02 pontos): Quando um atleta imobiliza o adversário lateralmente com um joelho no abdômen, segurando-o e fazendo postura com o outro pé apoiado no solo.
Raspagem (02 pontos): Quando um atleta utiliza as pernas para reverter o oponente, que está em sua guarda, para uma posição melhor.
Finalização ou desistência da luta (término da luta): Quando um atleta bate com as mãos no solo ou no adversário repetidamente, caracterizando a desistência.
2.10.2. Graduação no Jiu-Jitsu de acordo com a CBJJ

No Brasil os atletas de Jiu-Jitsu são classificados com a seguinte graduação:

Faixa Branca: Qualquer idade;
Faixa Amarela: Até 16 anos;
Faixa Laranja: Até 16 anos;
Faixa Verde: Até 16 anos;
Faixa Azul: Acima de 16 anos;
Faixa Roxa: Acima de 16 anos;
Faixa Marrom: Acima de 16 anos;
Faixa Preta: Acima de 18 anos;
Faixa Vermelha e Preta: Acima de 18 anos;
Faixa Vermelha: Acima de 18 anos.

2.10.3. Graduação oficial dos faixas preta

A confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, juntamente com a Federação do estado do Rio de Janeiro graduou oficialmente os faixas preta de acordo com graus, com o objetivo de homenagear e diferenciar os mestres e para regulamentar os profissionais que ministram aulas. Foram graduados nesta ordem:

Pioneiros do Jiu-Jitsu – Grandes Mestres Faixa Vermelha Décimo Grau:

Grande Mestre Carlos Gracie
Grande Mestre Oswaldo Gracie (in memorium)
Grande Mestre Gastão Gracie
Grande Mestre George Gracie
Grande Mestre Hélio Gracie

Decanos do Jiu-Jitsu – Grandes Mestres Faixa Vermelha nono Grau:

Armando Vriedt
Robson Gracie
Carlson Gracie
Hélio Vigio Gomes
João Alberto Barreto
Oswaldo Batista Fada
Pedro Hemérito Araújo de Castro

Mestres Faixa Vermelha oitavo Grau:

Álvaro Cláudio de Mello Barreto
Amélio Câmara
Francisco José Mansur
Julio Frederico Secco
Moacir Lucia Vale
Narum Luiz Rabay
Monir Salomão
Orlando Santiago Barradas
Reyson Gracie
Walter Jorge Guimarães

Foram ainda graduados Mestres Faixa vermelha e Preta Sétimo Grau, Professores Faixa Preta Sexto Grau, Professores Faixa Preta Quinto Grau, Professores Faixa Preta Quarto Grau, Professores Faixa Preta Terceiro Grau, Professores Faixa Preta segundo Grau, Professores Faixa Preta Primeiro Grau, Professores Faixa Preta estagiário, Faixa preta lutador quarto, terceiro, segundo e primeiro grau e Faixa Preta sem grau.


























Capítulo III

3. Método

3.1. Características do estudo

Este estudo tem características exploratórias e de levantamento, proporcionando maior familiaridade com o problema e levantando informações e opiniões dos profissionais que conhecem a história do Jiu-Jitsu, além de estarem envolvidos diretamente com a propagação do Jiu-Jitsu no Brasil.

3.2. População / Amostra

A amostra foi composta por 10 (dez) professores e atletas de Jiu-Jitsu, graduados com a faixa preta ou acima, representantes das principais equipes do Brasil e com mais de 20 (vinte) anos de vivência no esporte.

3.3. Instrumento de coleta de dados

Foram realizadas entrevistas durante a realização do campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu (maio de 2005), seguindo um roteiro de perguntas sobre a filosofia do Jiu-Jitsu, a criação do Brazilian Jiu-Jitsu e as características do Brazilian Jiu-Jitsu como esporte.

Comente sobre a filosofia do Jiu-Jitsu.

Como ocorreu a criação do Brazilian Jiu-Jitsu?

Qual o quais as principais características do Brazilian Jiu-Jitsu esportivo?



Capítulo IV

4. Apresentação e discussão dos resultados

4.1. A filosofia do Jiu-Jitsu

De acordo com as entrevistas realizadas o Jiu-Jitsu não persegue apenas, um ideal de defesa pessoal ou o ouro nas competições. Muito mais que isso engloba um conjunto de conhecimentos de uma religião milenar, o Budismo. Ao matricular-se em uma academia de Jiu-Jitsu o iniciante busca , normalmente, técnicas que lhe permitam defender-se eficientemente das eventuais agressões físicas cada vez mais freqüentes nos dias de hoje. Com a continuidade do trabalho este iniciante torna-se graduado e aos poucos toma conhecimento da verdadeira filosofia do Jiu-Jitsu, desenvolvendo um equilíbrio entre a sua parte física e mental, buscando atingir um profundo autoconhecimento. À medida que este progride hierarquicamente dentro do esporte, deverá, cada vez mais, dominar-se a si mesmo, concentrar-se no desenvolvimento da harmonia interior e na sua interação e integração com o universo. Durante o treinamento o professor deve deixar o Jiu-Jitsu trabalhar a energia interior dos seus discípulos e promover neles o melhor equilíbrio entre a razão e a emoção.

Com o intuito de fortalecer os resultados obtidos durante as entrevistas, a seguir coloco um texto que foi relatado por Fábio Gurgel, Faixa Preta de Jiu-Jitsu, professor da equipe Brasa (antiga Master / Alliance), e grande nome do Jiu-Jitsu nacional, em dezembro do ano de 2002, numa entrevista cedida para o canal SPORTV. “O Jiu-Jitsu tem como filosofia tornar o indivíduo mais seguro e autoconfiante. Para isso suas técnicas de defesa sempre baseadas em forças de alavancas, possibilitando o praticante vencer adversários mais fortes e pesados, trazendo uma sensação de invencibilidade, o que se estende para vários setores da vida, fazendo também com que a energia do aluno seja sempre canalizada para o bem, colocando o mesmo em um ambiente saudável, onde existem fortes laços de amizade e companheirismo, logo o tirando da vida improdutiva e das drogas, problemas que atingem grande parte da juventude nos dias de hoje. O esporte é o melhor caminho para amenizarmos e até resolver esta situação, e acho que o Jiu-Jitsu tem grande poder e influência para isto.”

4.2 . A criação do Brazilian Jiu-Jitsu

Segundo os comentários obtidos durante as entrevistas foi concluído que o Brazilian Jiu-Jitsu poderia muito bem ser chamado de Gracie Jiu-Jitsu, já que temos como grande criador o mestre Hélio Gracie. Todas as respostas obtidas apontam Hélio Gracie como o maior criador e difusor do Brazilian Jiu-Jitsu, uma vez que este aprendeu a arte que originalmente foi ensinada a seu irmão Carlos Gracie pelo Conde Koma, e tomando-a em suas mão fez as modificações que originaram o Jiu-Jitsu atual. Como se já não bastasse criar o Brazilian Jiu-Jitsu, Hélio Gracie ainda colocou a sua arte a prova durante vários combates sem regras e sem tempo com adversários de diversas partes do globo, com diversas culturas e de diversos tipos de luta, sendo assim também, o grande responsável pela propagação da arte do Brazilian Jiu-Jitsu.

4.3 . O Brazilian Jiu-Jitsu esportivo

De acordo com as respostas obtidas sobre esta questão observou-se que o Brazilian Jiu-Jitsu esportivo apesar de ser um esporte amador, os seus competidores na sua maioria estão no nível de um esporte profissional, um grande número de atletas conta com o apoio de nutricionistas, preparadores físicos, treinadores, fisioterapeutas e psicólogos.

Nas competições de grande porte tem se observado uma grande organização por parte das federações e confederações, com o cronograma sendo cumprido, o nível das arbitragens melhorando a cada competição (a confederação oferece clínicas de arbitragens semestrais), as instalações onde ocorrem às competições estão dentro do esperado pelos professores e técnicos.

As regras são revistas a cada ano, para que o esporte se torne cada vez mais atraente para o público e cada vez mais competitivo para os atletas, diminuindo assim as diferenças físicas e priorizando a capacidade técnica de cada um.


4.4. O Mestre Hélio Gracie fala sobre o Jiu-Jitsu

Com o intuito de ilustrar as entrevistas realizadas neste estudo, a seguir a palavra do mestre Hélio Gracie.

Em entrevista publicada na revista Fighting News (outubro 1997), Hélio Gracie fala sobre a arte marcial que ajudou a construir e difundir pelo mundo , o Brazilian Jiu-Jitsu.

Quando perguntado sobre porque desenvolveu o Jiu-jitsu, Hélio Gracie Respondeu: “O Jiu-Jitsu é uma arte de defesa pessoal. Eu ensino o Jiu-Jitsu para melhorar a eficiência do cidadão. Para que um homem desprovido de qualidades físicas possa se defender contra humilhações de falsos valentões. Como isso revolucionou o mundo, os fortões estão aprendendo para não apanhar dos fracos”.

A resposta a seguir se deu após ser questionado sobre os benefícios adquiridos com o Jiu-Jitsu. “Fui beneficiado na parte moral, pois fiquei mais tolerante, mais compreensivo e passei a não brigar por qualquer besteira. Convenço as pessoas à não brigarem comigo. Posso falar o que quero, pois não tenho medo de apanhar. O medo de apanhar é que precipita a briga. Todo brigador é frouxo e inseguro. Quem pensar que é valente está mentindo. Quando o cara é valente ele não quer saber de briga. O brigador é um cara inseguro, briga por medo”.

Questionado sobre a sua visão do Jiu-Jitsu de hoje comparado com o de antigamente, Hélio Gracie respondeu: “A forma que alguns criaram e as regras é que estão mudando, mas o Jiu-Jitsu é o mesmo. A chave de braço que qualquer um dá numa academia é a mesma que eu dou aqui no meu tatame”.

Sobre o comentário de que o Jiu-Jitsu de antigamente seria mais técnico do que o de hoje, Hélio Gracie respondeu: “Não é que tivesse mais técnica, é que tinha menos gente. Eu ensino a você, você ensina a ele, ele ensina a outro, no dia em que vai ver esta uma merda.”

Na resposta a seguir o mestre Hélio Gracie comenta sobre como ele observou a evolução do Jiu-Jitsu ao longo dos anos e a superioridade do Brazilian Jiu-Jitsu. “O problema se deu devido à preocupação de formar professores antes do tempo, pois se deve diferenciar professor de lutador. O Waldemar Santana era nosso aluno, trabalhou na academia por vários anos e foi um cara que lutou comigo e saiu vencedor. Agora pergunto: É professor? De jeito nenhum, sabe menos do que um faixa azul. Mas era um cara fortíssimo e resistente. Eu perdi porque eu já tinha 42 anos e estava com uma infecção no ouvido. O Kimura sabe menos que um faixa azul também. Ele era especialista numa chave de braço e em duas ou três quedas. Mas era forte pra burro e resistente. Foi com ele que eu tirei a dúvida que o meu Jiu-Jitsu era muito superior ao do Japão. Eu lutei com ele para tirar essa conclusão e ver como ele iria tentar me ganhar. Só me ganhou quando eu perdi as forças. Ele torceu meu braço, mas não bati, porque eu era muito elástico e não estava sentindo dor. Meu irmão, pensando que eu não ia bater, jogou a toalha e ele ganhou. Eu nunca perdi batendo”.

Quando questionado sobre quais seriam as melhores regras para o Jiu-Jitsu, Hélio Gracie respondeu: “Quando criei a federação à regra era cheia de detalhes, para obrigar o cara a se aprimorar, só que atualmente cortaram tudo isso. Agora raspar é ponto. Criaram umas regras que vieram a favorecer muito a força física. Eu fazia competições exigindo a técnica. Porque se você consegue lutar com um cara de 200kg e ele não consegue ganhar é porque a sua técnica é melhor, pois proporcionalmente deveria ganhar o melhor e mais forte. Estão restringindo para entrar em competição e elas favorecem os indivíduos que não tem muita técnica”.

A resposta a seguir foi dada quando Hélio Gracie foi questionado sobre porque no Brasil o Jiu-Jitsu é considerado violento apesar do seu nome ser arte suave. “O que acontece é que os indivíduos que deveriam estar na cadeia estão soltos, ai todos culpam a arte. O que é que a arte tem a ver com isso? Morre gente em tudo que é competição! Porque eles não fecham todos os clubes de futebol? Essas autoridades são hipócritas, são uns sujeitos que querem aparecer, então criam leis bobas, como a que proibiu o vale tudo. A briga do Tijuca Tênis Clube comparada a outras não é nada. Morreu gente no Flamengo e Vasco e não proibiram a realização de jogos de futebol. Os dirigentes querem aparecer em cima do Jiu-Jitsu, que é um dos assuntos mais falados no mundo atualmente. Enquanto não acabarem com as brigas no futebol, no basquete, no Boxe e com os malucos que andam na rua armados, não têm moral para criticar arte de qualidade nenhuma.”






















CONCLUSÃO

O estudo realizado apontou o Brazilian Jiu-Jitsu como a principal arte marcial do mundo no momento, conquistando cada vez mais adeptos.

Sabemos que por muitas vezes a filosofia desta arte marcial foi esquecida, mas como nos foi mostrado durante as entrevistas ainda existem pessoas sérias trabalhando pelo esporte que se tornou febre mundial, seguindo um padrão de treinamento e tendo como base o desenvolvimento do cidadão dentro da sociedade, buscando assim harmonizar o corpo e a mente de cada praticante.

De acordo com as entrevistas concluímos que, o responsável pela criação do Brazilian Jiu-Jitsu foi o grande mestre Hélio Gracie, sendo ele também, o grande difusor desta arte marcial pelos quatro cantos do mundo, já que na década de 30, o Brazilian Jiu-Jitsu por intermédio da figura de Hélio Gracie, foi posto a prova várias vezes em lutas sem regras contra lutadores dos quatro cantos do mundo, conquistando vitórias inesquecíveis e obtendo assim reconhecimento e respeito a nível mundial.

Observou-se também que, o Jiu-Jitsu esportivo cresce dentro e fora do país, com melhoras consideráveis no nível técnico de seus atletas e na organização de competições, com os seus dirigentes cada vez mais envolvidos com a profissionalização do esporte.










REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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